“Cinco
Minutos” - José de Alencar
“Cinco Minutos” é o primeiro romance do
renomado escritor brasileiro José de Alencar, um dos maiores romancistas que a
literatura nacional já viu. Publicado em 1856, “Cinco Minutos” teve seu início
como capítulos de folhetins escritos no jornal Diário do Rio de Janeiro. Alguns
meses depois, com todos os capítulos já publicados, eles foram reunidos em uma
única obra, um livro que seria oferecido aos assinantes do jornal como brinde.
O sucesso do romance foi tamanho que, ao contrário do que se imaginara, muitas
pessoas que não eram assinantes do jornal procuraram comprar o volume do livro.
José de Alencar sabia como ninguém tocar o íntimo de seus leitores, os fazendo
imaginar – e quase vivenciar – as cenas que narra, e “Cinco Minutos” mostra estas
qualidades do escritor com perfeição. Não se tratava de um romance enjoativo,
exagerado; muito menos de uma obra monótona, mas sim de um livro com doses
exatas de romance e suspense, capazes de prender o leitor do primeiro ao último
capítulo. Por ser José de Alencar um grande nome da Literatura Brasileira, o
conteúdo de suas obras é comumente exigido em provas de concursos e
vestibulares, incluindo o livro aqui em questão. Assim, tire proveito do resumo
que se segue, tanto para poder vivenciar a beleza de um amor sem limites,
quanto para estar preparado em nível literário para provas futuras. Lembrando
que nenhum resumo substitui o prazer inconfundível de ler a obra original de
forma completa.
Encontro
de almas
Muitos acreditam que cinco minutos não
possuem a capacidade de transformar a vida de alguém. No entanto, atrasado por
cinco minutos, o rapaz em questão entrou no ônibus. Dirigiu-se ao fundo,
sentou-se e percebeu que, ao lado de seu banco estava uma moça. Trajada de
volumosa seda, era impossível notar seu rosto, mas a atração sentida de
imediato fora algo quase inenarrável.
Em questão de poucos segundos, o braço de um
tocava no braço do outro, não de maneira discreta – como se beirasse ao sem
querer – mas sim com força, como se ambos desejassem aquele toque. Ele, de
forma precipitada, lhe beija o ombro, e sente então seu delicioso perfume.
Imaginara que seria uma moça feia por não enxergar seu rosto, mas em sua
concepção, só uma mulher imensamente bela poderia utilizar tão marcante
fragrância. Antes do que ele pudesse esperar, o ônibus para. Ela se despede lhe
dizendo simplesmente: “não se esqueça de mim”. E assim fora embora a mulher que
ele conhecera graças aos seus cinco minutos de atraso. A mulher que lhe mudaria
toda a vida.
Apaixonado por uma desconhecida
Soaria como uma grande tolice dizer aos
outros, mas ele estava profundamente apaixonado. Não apenas apaixonado, mas
vivendo um amor que sequer sabia como realizar. Afinal, ele não sabia seu nome,
não vira seu rosto e não sabia onde ela morava, apenas sabia que precisava
encontrá-la, e assim a buscou incansavelmente.
Algum tempo depois, reconhecera a voz de sua
amada numa senhora, e temeu ser ela sua amada. Mas não era. Rapidamente
descobriu que a mulher que tanto buscara era filha dessa senhora. Encontrou
então uma carta assinada por pela mulher objeto de seu amor – ela se chamava
Carlota, seu nome é revelado apenas após longos capítulos do livro – dizendo
que o amava, mas que o romance entre eles era desgraçado.
Desiludido e sentindo-se maltratado após
tanta procura, ele decide ir embora para tentar esquecê-la. No entanto, antes
que pudesse colocar seu plano em ação, se arrepende de não tentar conquistá-la
e encontra outra carta, na qual Carlota afirmava estar de partida para
Petrópolis. Contava também que o motivo de considerar o romance desgraçado era
o fato de que ela se encontrava condenada à morte por uma triste doença, que
poderia ceifar sua vida a qualquer momento. Portanto, ela lhe dava a opção de
escolher uma nova amada saudável e esquecê-la, ou ir atrás dela e amá-la.
Lutando pelo amor
Assim se dava início à incessante busca dele
pela mulher de sua vida, e por suas cartas. Prontamente ele partiu para
Petrópolis, encontrando em seu caminho todos os contratempos que se podem
imaginar, como a morte por exaustão do cavalo que o carregava e o atraso que
lhe fez perder a baia. Acabou por importunar um pescador que lhe levou ao seu
destino.
Quando conseguiu finalmente chegar onde
esperava encontrar sua amada, encontrou apenas mais uma carta. De maneira
incrível, Carlota afirmava que sabia de seus esforços e entendia sua chegada
tardia pelos contratempos, mas que agora estava viajando para a Europa.
Ele parte para a Europa, e em cada correio
para para encontrar uma carta de sua amada, indicando o caminho que o levaria
até ela. Quando por fim se encontraram, comemoraram o encontro de duas almas
gêmeas perfeitas. Ela lhe pediu então que, antes de morrer, ganhasse de seu
amado um beijo que selasse sua morte. Ele a beija e, para a surpresa de todos,
ela deseja tanto viver para usufruir daquele amor, que acaba por ser curada. O
amor a curou. Eles se casam e desfrutam por muitos anos a companhia e o amor um
do outro, algum tempo na Europa, posteriormente de volta ao Brasil. Vivem
intensamente o amor que encontraram, graças aos cinco minutos de atraso.
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