Morte
E Vida Severina - (João Cabral de Melo Neto)
O retirante Severino deixa o sertão pernambucano em
busca do litoral, na esperança de uma vida melhor. Entre as passagens, ele se
apresenta ao leitor e diz a que vai, encontra dois homens (irmãos das almas)
que carregam um defunto numa rede. Severino conversa com ambos e acontece um
denúncia contra os poderosos, mandantes de crimes e sua impunidade. O rio-guia
está seco e com medo de se extraviar, sem saber para que lado corria o rio, ele
vai em direção de uma cantoria e dá com um velório. As vozes cantam excelências
ao defunto, enquanto do lado de fora, um homem vai parodiando as palavras dos
cantadores.. Cansado da viagem, Severino pensa em interrompê-la por uns
instantes e procurar trabalho. Ele se dirige a uma mulher na janela e se
oferece, diz o que sabe fazer.
A mulher, porém é uma rezadeira. O retirante chega
então à Zona da Mata e pensa novamente em interromper a viagem. Assiste, então,
ao enterro de um trabalhador do eito e escuta o que os amigos dizem do morto.
Por todo o trajeto e em Recife, ele só encontra morte e compreende estar enganado
com o sonho da viagem: a busca de uma vida mais longa. Ele resolve se suicidar,
como que adiantando a morte, nas águas do Capiberibe. Enquanto se prepara para
o desenlace, conversa com seu José? Mestre carpina, para quem uma mulher
anuncia que seu filho havia nascido. Severino, então, assiste à encenação
celebrativa do nascimento, como se fora um auto de Natal. Seu José tenta
dissuadi-lo do suicídio. A peça é apresentada com músicas de Chico Buarque de Hollanda.
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