TEXTO
O engenheiro colombiano Joaquín Sarmiento trabalhava em Nova York e se
sentia, muitas vezes, solitário. Era mais um daqueles imigrantes nostálgicos.
Para ocupar as horas vagas, decidiu aprender fotografia. Estava, nesse momento,
descobrindo um novo ângulo para a sua vida, sem volta. A vontade de se
aventurar pela América Latina tirando fotos fez com que ele deixasse para
sempre a paisagem nova-iorquina, aposentasse sua carreira de engenheiro e
transformasse Paraisópolis, uma das maiores favelas paulistanas, em seu cenário
cotidiano. "Estou ficando sem dinheiro, mas é uma bela aventura."
Depois de três anos nos Estados Unidos, voltou para Bogotá, planejando
trabalhar em obras de infraestrutura. Mudou de ideia. Com 26 anos, percebeu que
o hobby que tinha adquirido em Nova York
se convertera em paixão. No final de 2004, veio com sua família para
duas semanas de férias em São Paulo. "Como sempre tive muito interesse em
estudar a América Latina, fui ficando." Soube então de uma experiência
desenvolvida pelo colégio Miguel de Cervantes, criado por espanhóis, na vizinha
Paraisópolis.
Lá, alunos ajudaram a criar um centro cultural batizado de
"Barracão dos Sonhos", no qual se misturam ritmos afros e ibéricos.
Desse encontro nasceu, por exemplo, a estranha mistura dos ritmos e bailados
flamencos com o samba. "Resolvi registrar esse convívio e, aos poucos, ia
me embrenhando na favela para conhecer seus personagens."
O que era, inicialmente, para ser um cenário fotográfico virou uma
espécie de laboratório pessoal. Joaquín sentiu-se estimulado a dar oficinas de
fotografia a jovens e crianças de Paraisópolis. "Descobri mais um ângulo
das fotos: o ângulo de ensinar a olhar." Lentamente, naquele espaço,
temido por muitos, Joaquín ia se sentindo em casa. "Há um jeito muito
similar de acolhimento dos latino-americanos, apesar de toda a violência."
Sem saber ainda direito como vai sobreviver – "as reservas que
acumulei em Nova York estão indo embora" –, ele planeja as próximas
paradas pela América do Sul. Mas, antes de se despedir, pretende fazer uma
exposição sobre o seu olhar pelo Brasil. Até lá, está aproveitando a internet.
(www.joaquinsarmiento.com) para mostrar algumas das imagens fotográficas
que documentam seus trajetos. (Gilberto Dimenstein. Folha de São Paulo,
12/04/2006)
1. O texto I é do tipo:
(A) descritivo.
(B) dissertativo.
(C) epistolar.
(D) narrativo.
(E) oratório.
Gabarito: D
2. Na linha 15, convertera é equivalente a:
(A) havia convertido.
(B) convertia.
(C) converteu.
(D) converteria.
(E) foi convertido.
Gabarito: A
3. É possível inferir, pela leitura do texto I, que:
(A) o autor estava em São Paulo quando o escreveu.
(B) o interesse do colombiano por fotografia começou em Bogotá.
(C) os espanhóis avisaram o colombiano da existência do colégio Miguel de
Cervantes.
(D) ao sair de Nova York, Joaquín já pensava em ensinar fotografia.
(E) as obras de infraestrutura que Joaquín realizou em Bogotá possibilitaram
sua viagem a São Paulo.
Gabarito: A
4. Sem saber ainda
direito como vai sobreviver – "as reservas que acumulei em Nova York estão
indo embora" –, ele planeja as próximas paradas pela América do Sul.
(L.35-37) - O trecho entre travessões
indica:
(A) uma contradição.
(B) uma exemplificação.
(C) uma explicação.
(D) uma explicitação.
(E) um questionamento.
Gabarito: C
5. "Descobri mais um ângulo das fotos: o ângulo de ensinar a
olhar." (L.30-31) - A palavra
ângulo na frase acima assume o significado de:
(A) aresta.
(B) extremidade.
(C) ponto de vista.
(D) posição.
(E) possibilidade.
Gabarito: E
6. Desse (L.23) tem valor:
(A) anafórico.
(B) catafórico.
(C) dêitico.
(D) adverbial.
(E) substantivo.
Gabarito: A
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