A Crônica é uma narração
segundo a ordem temporal. O termo é atribuído, por exemplo, aos noticiários dos
jornais, comentários literários ou científicos, que preenchem periodicamente as
páginas de um jornal.
Crônica é o único gênero literário produzido
essencialmente para ser veiculado na imprensa, seja nas páginas de uma revista,
seja nas de um jornal. Quer dizer, ela é feita com uma finalidade utilitária e
pré-determinada: agradar aos leitores dentro de um espaço sempre igual e com a
mesma localização, criando-se assim, no transcurso dos dias ou das semanas, uma
familiaridade entre o escritor e aqueles que o leem.
A crônica é, primordialmente, um texto escrito
para ser publicado no jornal. Assim o facto de ser publicada no jornal já lhe
determina vida curta, pois à crônica de hoje seguem-se muitas outras nas
próximas edições. Há semelhanças entre a crônica e o texto exclusivamente
informativo. Assim como o repórter, o cronista se inspira nos acontecimentos
diários, que constituem a base da crônica. Entretanto, há elementos que
distinguem um texto do outro. Após cercar-se desses acontecimentos diários, o
cronista dá-lhes um toque próprio, incluindo em seu texto elementos como
ficção, fantasia e criticismo, elementos que o texto essencialmente informativo
não contém. Com base nisso, pode-se dizer que a crônica situa-se entre o
Jornalismo e a Literatura, e o cronista pode ser considerado o poeta dos
acontecimentos do dia-a-dia. A crônica, na maioria dos casos, é um texto curto
e narrado em primeira pessoa, ou seja, o próprio escritor está
"dialogando" com o leitor. Isso faz com que a crônica apresente uma
visão totalmente pessoal de um determinado assunto: a visão do cronista. Ao desenvolver
seu estilo e ao selecionar as palavras que utiliza em seu texto, o cronista
está transmitindo ao leitor a sua visão de mundo. Ele está, na verdade, expondo
a sua forma pessoal de compreender os acontecimentos que o cercam. Geralmente,
as crônicas apresentam linguagem simples, espontânea, situada entre a linguagem
oral e a literária. Isso contribui também para que o leitor se identifique com
o cronista, que acaba se tornando o porta-voz daquele que lê. Em resumo podemos
determinar quatro pontos:
·
Narração histórica
pela ordem do tempo em que se deram os fatos.
·
Seção ou
artigo especial sobre literatura, assuntos científicos, esporte etc., em jornal
ou outro periódico.
·
Pequeno conto
baseado em algo do cotidiano.
·
Normalmente
possuiu uma critica indireta.
A palavra crônica deriva do Latim chronica, que
significava, no início da era cristã, o relato de acontecimentos em ordem
cronológica (a narração de histórias segundo a ordem em que se sucedem no
tempo). Era, portanto, um breve registro de eventos. No século XIX, com o
desenvolvimento da imprensa, a crônica passou a fazer parte dos jornais. Ela
apareceu pela primeira vez em 1799, no Journal de Débats, publicado em Paris. Esses textos
comentavam, de forma crítica, acontecimentos que haviam ocorrido durante a semana.
Tinham, portanto, um sentido histórico e serviam, assim como outros textos do
jornal, para informar o leitor. Nesse período as crônicas eram publicados no
rodapé dos jornais, os "folhetins". Essa prática foi trazida para o
Brasil na segunda metade do século XIX e era muito parecida com os textos
publicados nos jornais franceses. Alencar foi um dos escritores brasileiros a
produzir esse tipo de texto nesse período. Com o passar do tempo, a crônica
brasileira foi, gradualmente, distanciando-se daquela crônica com sentido
documentário originada na França. Ela passou a ter um caráter mais literário,
fazendo uso de linguagem mais leve e envolvendo poesia, lirismo e fantasia.
Diversos escritores brasileiros de renome escreveram crônicas: Machado de
Assis, João do Rio, Rubem Braga, Rachel de Queiroz, Fernando Sabino, Carlos
Drummond de Andrade, Henrique Pongetti, Paulo Mendes Campos, Alcântara Machado,
etc.
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