Figuras de Linguagem
O
que são Figuras de Linguagem:
As figuras de linguagem
são recursos usados
na fala ou na escrita
para tornar mais expressiva
a mensagem transmitida. É muito importante saber identificar as
diversas figuras de linguagem, porque desta forma é possível compreender melhor
diferentes textos. Compreender e saber usar figuras de estilo nos capacita a
usar de forma mais eficaz a linguagem como fenômeno social e nos ajuda a
vislumbrar o simbolismo de algumas conversas e obras escritas.
As
figuras de linguagem podem ser subdivididas em:
§ Figuras de som;
§ Figuras de palavras;
§ Figuras de pensamento
e
§ Figuras de construção.
Dica de estudo!!! As figuras de linguagem mais
comuns em provas são: metáfora, comparação, metonímia, antítese, paradoxo, personificação
(ou prosopopeia), hipérbole, eufemismo, ironia, elipse, zeugma, pleonasmo,
polissíndeto, assíndeto, onomatopeia, anáfora, sinestesia, gradação e
aliteração.
Figuras sonoras
§ Aliteração
- Repetição
de sons consonantais (consoantes). Exemplo:
"(...) Vozes veladas,
veludosas vozes, / Volúpias dos violões, vozes veladas / Vagam nos velhos
vórtices velozes / Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas." (fragmento de
Violões que choram. Cruz e Souza) - Cruz e
Souza é o melhor exemplo deste recurso. Uma das características marcantes do
Simbolismo., assim como a sinestesia.
§ Assonância
- Repetição dos mesmos sons vocálicos. Exemplo:
1.
(A, O) – "Sou um mulato nato no
sentido lato mulato democrático do litoral." (Caetano Veloso)
2.
(E, O) - "O que o vago e incóngnito
desejo de ser eu mesmo de meu ser me deu." (Fernando Pessoa)
·
Paronomásia - É o emprego de palavras parônimas
(sons parecidos). Exemplo: "Com tais premissas ele sem dúvida
leva-nos às primícias" (Padre Antônio Vieira)
·
Onomatopeia - Criação de uma palavra para
imitar um som. Exemplo:
A língua do nhem "Havia uma velhinha
Que andava aborrecida
Pois dava a sua vida
Para falar com alguém.
E estava sempre em casa
A boa velhinha,
Resmungando sozinha:
Nhem-nhem-nhem-nhem-nhem..." (Cecília
Meireles)
Figuras
de Palavras
§ Catacrese: emprego de uma palavra no sentido
figurado por não haver um termo próprio. Exemplo: a perna da mesa, dente de
alho.
§ Metáfora: estabelece uma relação de
semelhança ao usar um termo com significado diferente do habitual, uma comparação
abreviada. Exemplo: A mulher é uma flor.
§ Comparação: parecida com a metáfora, a
comparação é uma figura de linguagem usada para qualificar 1 característica
parecida entre dois ou mais elementos. No entanto, no caso da comparação,
existe uma palavra de conexão (como, parecia, tal, qual, assim). Exemplo:
"O olhar dela é como a lua, brilha maravilhosamente.”
§ Metonímia: substituição lógica de uma palavra
por outra semelhante, de mesmo sentido Exemplo: Beber um copo de vinho.
§ Perífrase: uso de uma palavra ou expressão
para designar algo ou alguém. Exemplo: Cidade
Luz (Paris)
§ Sinestesia: mistura de diferentes impressões
sensoriais. Exemplo: o doce
som da flauta
Figuras
de Pensamento
§ Antítese: palavras de sentidos opostos. Exemplo:
bom/mau
§ Paradoxo: referente a duas ideias
contraditórias em uma só frase ou pensamento. Exemplo: "Ainda me lembro
daquele silêncio ensurdecedor."
§ Eufemismo: intenção de suavizar um fato ou
atitude. Exemplo: Foi para o céu (morreu)
§ Hipérbole: exagero Exemplo: morto de sono
§ Ironia: afirmação contrária daquilo que se
pensa. Exemplo: É um santo! (para alguém com mau comportamento)
§ Prosopopeia ou Personificação: atribuição de predicativos
próprios de seres animados a seres inanimados. Exemplo: O sol está tímido.
§ Gradação: Apresentação de ideias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax) - Exemplo: "Nada fazes, nada tramas, nada pensas que eu não saiba, que eu não veja, que eu não conheça perfeitamente."
Figuras
de Construção
A gramática normativa, partindo de aspectos lógicos e gerais observados
na língua culta, aponta princípios que presidem às relações de dependência ou
interdependência e de ordem das palavras na frase. Ensina-nos, entretanto, que
aqueles aspectos lógicos e gerais não são exclusivos; ocasionalmente, outros
fatores podem influir e, em função deles, a concordância, a regência ou a
colocação (planos em que se faz o estudo da estrutura da frase) apresentam-se,
às vezes, alteradas.
§ Anacoluto: alteração da construção normal da
frase, quebra na ordem sintática. Exemplo: O homem, não sei o que pretendia.
§ Anáfora: repetição intencional de uma
palavra ou expressão para reforçar o sentido. Ex.: “Noite-montanha. Noite vazia. Noite indecisa. Confusa noite. Noite à procura, mesmo
sem alvo.” (Carlos Drummond de Andrade)
§ Elipse: omissão de um termo que pode ser identificado
facilmente. Exemplo: no trânsito, carros e mais carros. (há) - Casos mais
comuns:
a)
Pronome sujeito, gerando sujeito oculto ou
implícito: iremos depois, compraríeis a casa?
b)
Substantivo - a catedral, no lugar de a igreja
catedral; Maracanã, no ligar de o estádio Maracanã;
c)
Preposição - estar bêbado, a camisa rota, as calças
rasgadas, no lugar de: estar bêbado, com a camisa rota, com as calças rasgadas.
d)
Conjunção - espero você me entenda, no lugar de:
espero que você me entenda.
e)
Verbo - queria mais ao filho que à filha, no lugar
de: queria mais o filho que queria à filha. Em especial o verbo dizer em
diálogos - E o rapaz: - Não sei de nada !, em vez de E o rapaz disse:
§ Zeugma: omissão de um termo já expresso
anteriormente. Exemplo: Ele gosta de Inglês; eu, (gosto) de Alemão.
§
Pleonasmo: repetição de um termo,
redundância. Ex.: subir
para cima
§ Polissíndeto: repetição da conjunção entre os
termos da oração. Exemplo: “nem
o céu, nem o
mar, nem o
brilho das estrelas”
§ Assíndeto: ausência de conjunções entre os
termos da oração. Exemplo: “bebeu, cantou, dançou”.
§ Anástrofe
- Anteposição,
em expressões nominais, do termo regido de preposição ao termo regente. Exemplo: "Da morte o manto lutuoso vos cobre a todos.",
por: O manto lutuoso da morte vos cobre a todos. Obs.: alguns autores
consideram um tipo de hipérbato
§ Hipérbato - Alteração ou inversão da ordem
direta dos termos na oração, ou das orações no período. São determinadas por
ênfase e podem até gerar anacolutos. Exemplo: "Ouviram do Ipiranga as
margens plácidas / De um povo heroico o brado retumbante" (Hino Nacional
Brasileiro) (ordem direta: As margens do Ipiranga ouviram o brado retumbante de
um povo heroico.)
§ Obs.:
Também denominada de antecipação.
§ Obs.: Se
a inversão for violenta, comprometendo o sentido drasticamente, alguns autores
denominam-na sínquise
§ Obs.:
Alguns autores consideram anástrofe um tipo de hipérbato
Vícios de linguagem
A gramática é um
conjunto de regras que estabelece um determinado uso da língua, denominado
norma culta ou língua padrão. Acontece que as normas estabelecidas pela
gramática normativa nem sempre são obedecidas, em se tratando da linguagem
escrita. O ato de desviar-se da norma padrão no intuito de alcançar uma maior
expressividade, refere-se às figuras de linguagem. Quando o desvio se dá pelo
não conhecimento da norma culta, temos os chamados vícios de linguagem.
§
barbarismo:
consiste em grafar ou pronunciar uma palavra em desacordo com a norma culta.
Exemplo: pesquiza (em vez de pesquisa) / prototipo (em vez de protótipo).
§
solecismo:
consiste em desviar-se da norma culta na construção sintática.
Fazem dois meses que ele não aparece. (em vez de faz ; desvio na sintaxe de concordância).
Fazem dois meses que ele não aparece. (em vez de faz ; desvio na sintaxe de concordância).
§
ambiguidade
ou anfibologia: trata-se de construir a frase de um modo tal que ela apresente
mais de um sentido. Exemplo: O guarda deteve o suspeito em sua casa. (na casa
de quem: do guarda ou do suspeito?).
§
cacófato:
consiste no mau som produzido pela junção de palavras.
Paguei cinco mil reais por cada.
Paguei cinco mil reais por cada.
§
pleonasmo
vicioso: consiste na repetição desnecessária de uma ideia.
O pai ordenou que a menina entrasse para dentro imediatamente.
Observação: Quando o uso do pleonasmo se dá de modo enfático, este não é considerado vicioso.
O pai ordenou que a menina entrasse para dentro imediatamente.
Observação: Quando o uso do pleonasmo se dá de modo enfático, este não é considerado vicioso.
§
eco:
trata-se da repetição de palavras terminadas pelo mesmo som.
O menino repetente mente alegremente.
O menino repetente mente alegremente.
Bibliografia
BECHARA,
E., 2000, Moderna Gramática Portuguesa, 37 ed., Editora Lucerna,
Rio de Janeiro, RJ
Exercícios:
1. (FGV) A
figura que ocorre no trecho de Monteiro Lobato: “O povo estourava de rir”, é:
a) antítese;
b) eufemismo;
c) hipérbole;
d) ironia;
e) prosopopeia.
2. (MACK)
Aponte
a figura: “Na terrível luta, muitos adormeceram para sempre”.
a) antítese;
b) eufemismo:
c) anacoluto;
d) prosopopeia;
e) pleonasmos.
3. (NEC)
Na
frase: “Uma palavra branca e fria”, encontramos a figura de estilo, denominada:
a) sinestesia;
b) eufemismo;
c) onomatopeia;
d) antonomásia;
e) assíndeto.
4. Assinale
o vício de linguagem que se observa em; “Eu vi ele não faz muito tempo”
a) solecismo;
b) cacófato;
c) arcaísmo;
d) barbarismo;
e) colisão.
Gabarito:
1.
C
2.
B
3.
A
4.
A
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