TEXTO:
A morte do lápis e da caneta
Boa notícia para
as crianças americanas. Vai ficando optativo, nos Estados Unidos, escrever em
letra de mão. Um dos últimos a se renderem aos novos tempos é o Estado de
Indiana, que aposentou os cadernos de caligrafia agora em julho.
O argumento é que
ninguém precisa mais disso: as crianças fazem tudo no computador e basta
ensinar-lhes um pouco de digitação. Depois do fim do papel, o fim do lápis e da
caneta! Tem lógica, mas acho demais. Sou o primeiro a reclamar das inutilidades
impostas aos alunos durante toda a vida escolar, mas o fim da escrita cursiva
me deixa horrorizado.
A máquina de
calcular não eliminou a necessidade de se aprender, ao menos, a tabuada; não
aceito que o teclado termine com a letra de mão. A questão vai além do seu
aspecto meramente prático. A letra de uma pessoa é como o seu rosto. Como todo
mundo, gosto de ver como é a cara de um escritor, de um político, de qualquer
personalidade com quem estou travando contato - e logo os e-mails virão com o retrato
do remetente, como já acontece no Facebook. (COELHO, Marcelo. Folha de São Paulo,
20/07/2011)
01. Nesse artigo, o autor se propõe a contradizer a tese de que escrita cursiva
a) represente
um traço de identidade dos indivíduos.
b)
seja obsoleta num mundo imerso na cultura digital.
c)
constitua importante ferramenta pedagógica que
estimula o raciocínio.
d)
ainda apresente alguma utilidade no mundo moderno,
imerso na tecnologia.
e) continue
a ser ensinada nas escolas porque os cadernos foram substituídos pelo
computador.
Gabarito:
B - O autor do artigo mostra-se indignado com a tese de que a escrita
cursiva esteja ultrapassada num mundo imerso na cultura digital (“Sou o primeiro a reclamar das inutilidades
impostas aos alunos durante toda a vida escolar, mas o fim da escrita cursiva
me deixa horrorizado“), como se afirma em [B].
TEXTO:
Todas as
variedades linguísticas são estruturadas, e correspondem a sistemas e
subsistemas adequados às necessidades de seus usuários. Mas o fato de estar a
língua fortemente ligada à estrutura social e aos sistemas de valores da
sociedade conduz a uma avaliação distinta das características das suas diversas
modalidades regionais, sociais e estilísticas. A língua padrão, por exemplo,
embora seja uma entre as muitas variedades de um idioma, é sempre a mais
prestigiosa, porque atua como modelo, como norma, como ideal linguístico de uma
comunidade. Do valor normativo decorre a sua função coercitiva sobre as outras
variedades, com o que se torna uma ponderável força contrária à variação. Celso Cunha. Nova gramática do português contemporâneo.
Adaptado.
02. De acordo com o texto, em relação às
demais variedades do idioma, a língua padrão se comporta de modo
a)
inovador.
b) restritivo.
c) transigente.
d) neutro.
e)
aleatório.
Gabarito:
B - De todas as variedades de um idioma, a
língua padrão comporta-se de forma restritiva, pois confere valor de prestígio
a quem faz uso dela, deprecia as outras
modalidades e limita a variação linguística: ”Do valor normativo decorre
a sua função coercitiva sobre as outras variedades, com o que se torna uma
ponderável força contrária à variação.”
TEXTO:
Câncer 21/06 a
21/07
O
eclipse em seu signo vai desencadear mudanças na sua autoestima e no seu modo
de agir. O corpo indicará onde você falha – se anda engolindo sapos, a área
gástrica se ressentirá. O que ficou guardado virá à tona para ser transformado,
pois este novo ciclo exige uma “desintoxicação”. Seja comedida em suas ações,
já que precisará de energia para se recompor. Há preocupação com a família, e a
comunicação entre os irmãos trava.
Lembre-se:
palavra preciosa e palavra dita na hora certa. Isso ajuda também na vida
amorosa, que será testada.
Melhor
conter as expectativas e ter calma, avaliando as próprias carências de modo
maduro. Sentirá vontade de olhar além das questões materiais – sua confiança
virá da intimidade com os assuntos da alma.
Revista Cláudia. N.° 7, ano 48,
jul. 2009.
a)
vender um produto anunciado.
b) informar
sobre astronomia.
c)
ensinar os cuidados com a saúde.
d)
expor a opinião de leitores em um jornal.
e)
aconselhar sobre amor, família, saúde, trabalho.
Gabarito: E - O “horóscopo”
é normalmente publicado em colunas de jornais e revistas ou em sites de astrologia,
fazendo prognósticos sobre a vida dos leitores e aconselhando-os em situações
cotidianas: amor, família, saúde e trabalho. Expressões como “seu signo vai
desencadear mudanças na sua autoestima”, “a área gástrica se ressentirá”,“na
vida amorosa, que será testada” e “Sentirá vontade de olhar além das questões
materiais” confirmam a opção e).
TEXTO:
S.O.S Português
Por
que pronunciamos muitas palavras de um jeito diferente da escrita? Pode-se
refletir sobre esse aspecto da língua com base em duas perspectivas. Na
primeira delas, fala e escrita são dicotômicas, o que restringe o ensino da
língua ao código. Dai vem o entendimento de que a escrita e mais complexa que a
fala, e seu ensino restringe-se ao conhecimento das regras gramaticais, sem a
preocupação com situações de uso. Outra abordagem permite encarar as diferenças
como um produto distinto de duas modalidades da língua: a oral e a escrita. A
questão e que nem sempre nos damos conta disso. S.O.S
Português. Nova Escola. São Paulo: Abril, Ano XXV, n.° 231, abr. 2010
(fragmento adaptado).
04. O assunto tratado no fragmento e relativo
à língua portuguesa e foi publicado em uma revista destinada a professores.
Entre as características próprias desse tipo de texto, identificam-se as marcas
linguísticas próprias do uso
a)
regional, pela presença de léxico de determinada
região do Brasil.
b)
literário, pela conformidade com as normas da
gramática.
c)
técnico, por meio de expressões próprias de textos
científicos.
d)
coloquial, por meio do registro de informalidade.
e)
oral, por meio do uso de expressões típicas da
oralidade.
Gabarito:
C - O texto tematiza as diferentes formas
linguísticas de expressão, sobretudo no que diz respeito às modalidades oral e
escrita. Ao abordar o assunto em uma revista destinada a professores, o autor
usa a função metalinguística da linguagem, já que usa o código para explicar o
próprio código, ou seja, usa termos técnicos (“código”, “regras gramaticais”),
típicos de textos científicos, para analisar a própria língua.
TEXTO:
Há duas semanas, foram divulgados novos dados sobre o desempenho dos
nossos estudantes. Os resultados foram comentados à exaustão nos jornais, sites
etc. Solidários, diversos meios de comunicação se aliaram aos alunos, ou seja,
demonstraram que também tropeçam no trato com a língua. Comecemos por um título
(de um site), que terminava assim: "... preferem português à
matemática". (...). No título, usou-se a construção formal, mas... (NETO, Pasquale
Cipro. Folha de São Paulo, 08/09/2011)
05.
Considere estas afirmações:
I.
O
adjetivo “solidários”, no contexto em que ocorre, deve ser compreendido
conotativamente, já que se trata de uma ironia.
II.
Do ponto
de vista da gramática normativa, há um erro de regência no título do site, uma
vez que o verbo “preferir” rejeita o uso da preposição “a”.
III.
No último
período, ao empregar a conjunção adversativa “mas”, o autor sugere a ocorrência
de “tropeço” gramatical no título do site.
Está(ão) correta(s)
a)
I, II e III.
b) Apenas I
e II.
c) Apenas I
e III.
d) Apenas II
e III.
e)
Apenas I.
Gabarito: C - Na frase “… preferem português à
matemática”, o verbo preferir é
transitivo direto e indireto, com este último regido adequadamente pela
preposição “a”. Como o objeto direto não vem antecedido de artigo, este também
não deveria anteceder o objeto indireto e a frase, para atender às regras da
gramática normativa, deveria ser substituída por preferem português a matemática. Assim, é incorreto o que se afirma
em II, pois o tropeço gramatical a que o professor Pasquale se refere não
decorre de erro de regência, mas sim de presença inadequada de artigo.
TEXTO:
Texto I
sic - Em latim, significa assim. Expressão usada
entre colchetes ou parênteses no meio ou no final de uma declaração entre
aspas, ou na transcrição de um documento, para indicar que é assim mesmo, por
estranho ou errado que possa ser ou parecer.
Texto II
A ministra da
Cultura, Ana de Hollanda, recebeu um grupo de 50 manifestantes, que foram de ônibus
a Brasília reclamar sobre a demora para receber os recursos do governo federal.
(...)
Em nota divulgada
ontem no site do Ministério da Cultura, Ana de Hollanda disse que o ministério
"reconhece, valoriza e tem claro [sic] a necessidade da continuidade"
do trabalho dos Pontos de Cultura. A nota, no entanto, não aponta quando o
problema deve ser resolvido.
(Folha de São Paulo, 23/02/2011)
06. Considerando-se as informações
apresentadas nos textos, é correto afirmar que o motivo da inclusão do “sic”, no
Texto II, é apontar uma falha de
a) concordância
nominal, já que o adjetivo “claro” deveria estar no feminino para concordar com
o substantivo “necessidade”.
b) regência
nominal, pois o “a”, antes do substantivo “necessidade”, deveria receber acento
grave para indicar a ocorrência de crase.
c) pontuação,
uma vez que se omitiu a vírgula obrigatória para separar as orações coordenadas
presentes nesse período.
d) acentuação
gráfica, já que o verbo “ter”, presente na expressão “tem claro”, deveria
receber acento circunflexo.
e) coesão
textual, pois, nessa construção, é obrigatória a inclusão do conectivo “que”
para ligar a oração principal à oração subordinada.
Gabarito: A - A inclusão de “sic” no texto divulgado na
Folha de São Paulo remete a responsabilidade da falha gramatical à autora da
nota divulgada no site do Ministério da Cultura e isenta o jornalista que
reportou a notícia. Assim, o motivo da inclusão do “sic” é apontar uma falha de
concordância nominal, já que o adjetivo “claro” deveria estar no feminino para
concordar com o substantivo “necessidade”, como se afirma em [A].
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