Orações subordinadas adjetivas


Orações subordinadas adjetivas

 O pronome relativo sempre introduz uma oração subordinada adjetiva. São pronomes relativos O QUAL, A QUAL, OS QUAIS, AS QUAIS ou quaisquer outros termos que possam ser substituídos por estes já mencionados. São também pronomes relativos CUJO, CUJA, CUJOS e CUJAS.

§  Roubaram o relógio que (O QUAL) comprei ontem.

A oração sublinhada introduzida pelo pronome relativo QUE é subordinada adjetiva.

§  O bairro onde (NO QUAL) moro é muito bonito.

ONDE MORO é uma oração subordinada adjetiva, pois ONDE é pronome relativo, fato que é constatado pela possibilidade de substituição por NO QUAL.

A oração subordinada adjetiva pode ser restritiva ou explicativa. Será restritiva quando não estiver isolada através de vírgula, travessão ou parênteses, e será explicativa se as pontuações aludidas procederem ao seu isolamento.

§  Os operários que (os quais) fizeram greve foram demitidos.

§  Os operários – que (os quais) fizeram greve – foram demitidos.

É fundamental lembrar que, nos atuais concursos públicos, é muito difícil as bancas solicitarem ao candidato a classificação de uma oração, o que não significa o assunto quedar-se ausente nas provas. A exigência hoje é a percepção de que a pontuação altera muito mais do que uma mera classificação de oração, modificando também o seu valor semântico. Então, retornando às duas frases, utilizadas no exemplo, tem-se: em ambas, o QUE é pronome relativo; contudo, na primeira frase, o pronome relativo não é precedido de pontuação, portanto a oração é subordinada adjetiva restritiva. Sendo assim, a ideia é de restrição. As palavras que melhor expressam essa ideia são SOMENTE, SÓ, APENAS. A ideia contida na primeira frase é “somente os operários que fizeram greve serão demitidos”; já na segunda frase, a oração adjetiva é isolada através de travessões, por conseguinte a oração é subordinada adjetiva explicativa. Portanto, o candidato deve condicionar-se à ideia de explicação, à ideia de “porquê”. A frase deve ser interpretada como: “Os operários foram demitidos porque fizeram greve”.

§  Os professores cujos alunos são bagunceiros ficam glabros mais cedo.

Nem todos os professores ficam glabros mais cedo, somente aquele que tem seus alunos bagunceiros. Portanto a oração CUJOS ALUNOS SÃO BAGUNCEIROS é subordinada adjetiva restritiva.

§  Os professores, cujos alunos são bagunceiros, ficam glabros mais cedo.

A interpretação desta frase é que “os professores ficam glabros mais cedo, pois seus alunos são bagunceiros”.

“O Capitão, que a tudo estava atento,

Tanto com estas se alegrou...” (Camões).

O sentido dos dois versos é “O Capitão, isto que a tudo estava atento, tanto com estas se alegrou...” 

  • As orações, contendo pronomes indefinidos relativos – pronomes relativos sem antecedentes –, segundo Evanildo Bechara, tanto podem ser classificadas como subordinadas substantivas quanto subordinadas adjetivas. Para Rocha Lima, só cabe a classificação de oração adjetiva. O NCE já a interpretou como oração substantiva.

§  Quem fuma muito morre cedo.
 
Para esta frase, caberiam duas interpretações, sendo a primeira: “AQUELE QUE FUMA MUITO MORRE CEDO”. A oração “que fuma muito” seria subordinada adjetiva restritiva. Então o pronome relativo indefinido QUEM englobaria os dois termos: o antecedente implícito AQUELE e o relativo QUE. A outra interpretação cabível é a de que, como ocorre com adjetivos que, com a presença de artigo, são substantivados, a oração adjetiva, nessa estrutura, fica substantivada, já que se substitui um ser. Então, a oração QUEM FUMA MUITO representa um ser que funciona como sujeito da oração seguinte. Segundo esta visão, a oração é subordinada substantiva subjetiva – tese esta adotada pelo NCE.  

Obs.: Não podemos esquecer que, como já se informou nas orações subordinadas substantivas, toda oração subordinada é apenas uma função sintática da oração principal. Toda oração subordinada adjetiva é adjunto adnominal da principal.

 

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